Por Miron Neto
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9 de novembro de 2025
Começou a ficar comum estabelecimentos turísticos colocarem placas em frente ao negócio com dizeres do tipo "venha trabalhar conosco". Não era muito comum até pouco tempo atrás, depois de uma pandemia e da maior enchente da história do Rio Grande do Sul A dificuldade de mão de obra é uma realidade, e a psicóloga Tiziana Ludwig - do Instituto Ludwig & Poloni, trabalha diariamente esta dificuldade com seus clientes. Ela diz que o volume de vagas ofertadas é muito grande, diferente de uma região metropolitana. Em segundo lugar, Tiziana alinha que muitos trabalhadores não querem se formalizar, "perdendo uma oportunidade de se desenvolver e fazer uma carreira". Muitas vezes, as pessoas preferem viver somente dos extras, em fins de semanas e temporadas movimentadas. Ela destaca que as novas gerações tem uma relação diferente com o mundo do trabalho buscando equilibrar qualidade de vida com o trabalho, "o que não está errado". "Mas eles precisam entender o nível de comprometimento que se tem quando se está trabalhando numa empresa", pontua Tiziana. A consultora sustenta que as empresas precisam criar uma cultura onde o colaborador se sinta feliz bem. "Em vez de abrir novas vagas por substituição, é preciso cuidar daqueles que estão na empresa, criando um ambiente psicologicamente seguro, onde eles possam contribuir inovando", destaca. "É preciso fazer com que o colaborador se encante com a empresa e queira ficar ali, mesmo que outra empresa o esteja abordando, com alguns centavos a mais tentando tirar do seu trabalho", destaca Tiziana. Para a consultora e palestrante, o salário não é motivo de retenção. "A empresa deve deixar claro o seu propósito, significado e missão, para que ali possa ser um lugar onde o colaborador queira ficar e se sentir feliz". Ela lembra que os "pontinhos" são um diferencial competitivo em Gramado. Eles são originários dos 10% cobrados principalmente pelo setor de gastronomia. " O funcionário pensa: 'se eu trabalho mais, eu ganho mais', e este é mais um motivo para ele ficar na empresa", finaliza Tiziana Ludwig.