Por Miron Neto
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23 de setembro de 2025
Nos anos 90 havia uma máxima que circulava informalmente na cidade: o melhor negócio do mundo é um hotel bem administrado em Gramado; o segundo melhor é um hotel mal administrado em Gramado. O tempo passou e aquela máxima não tem qualquer validade. Recentemente, tivemos um hotel indo a leilão e um lote de apartamentos de um hotel temático indo pelo mesmo caminho. Fora os mais de 20 hotéis que estão à venda, de forma discreta, nas imobiliárias da cidade. Sinal de que o negócio já não é tão promissor como era nos anos 90. Na virada do semestre, a Prefeitura decretou uma moratória de 180 dias para a construção de hotéis acima de 20 unidades. Na justificativa, o prefeito Nestor Tissot (PP) informou que Gramado possui atualmente 216 meios de hospedagem, com um total de 24.722 leitos. Além disso 20 novos hotéis estão em construção, somando 9.912 quartos. Ele citou, ainda, que tramitam na Secretaria de Planejamento 33 projetos de instalação de hospedagem transitória, totalizando 1.419 leitos. Com isso, Gramado passará a contar, em um futuro próximo, com 36.103 leitos. Com o excesso de oferta, a ocupação caiu de 63,7% em 2022, para 61,4% em 2023 e 45,3% em 2024. Soma-se a isso, a pandemia em 2020 e a enchente de 2024 e temos a tempestade perfeita. A maioria dos empresários buscaram recursos em bancos para ampliar suas operações, enquanto a ocupação e o preço das diárias baixavam. Hoje, tem hotel vendendo diária a R$ 150 no fim de semana. Acabou também o Perse ( Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos), implantado na pandemia e que tinha alíquotas de impostos federais reduzidas a 0% para empresas do setor de eventos, turismo e hospitalidade. Para completar o cenário, o aeroporto de Porto Alegre continua com 30% a menos de voos chegando, em relação a 2023. Com isso, diminui o número de turistas que visitam Gramado. O volume de visitantes, no entanto, não diminui. Mas, como sabemos, o visitante não e hospeda em hotel.