Por Miron Neto
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10 de agosto de 2025
Apesar de ter sido eliminado nas quartas de final da Segundona Gaúcha, o Centro Esportivo Gramadense (CEG) foi responsável por um feito notável: ter contribuído para o resgate da alma gramadense, tão em baixa nos dias que correm. Com o desenvolvimento econômico ocorrido nas últimas três décadas, boa parte dos gramadenses perdeu a referência de outras épocas, quando a missa, cultos e os jogos no Estádio dos Pinheirais faziam parte da rotina dominical. Era uma época em que o cafezinho no Bar Cacique ou no Café Brasil faziam parte da rotina diária, e os bailes na Recreio eram acontecimentos comentados durante semanas. Neste contexto, o Centro Esportivo Gramadense sempre ocupou lugar de destaque. Na época, o CEG jogava contra Atlético de São Chico, Serrano de Canela e Esporte Clube Nova Petrópolis. Eram partidas pegadas, com muita rivalidade em campo. Verdadeiras peleias. Mas o futebol amador acabou, a área do estádio virou prédios e ao Gramadense só restou o caminho da profissionalização, ocorrido em julho de 2022. Entre o fim do amador e o início no profissional ouve um vazio, que foi preenchido - em parte, pelo projeto social que reúne quase 800 crianças e adolescentes. Hoje, depois de passar pela Terceirona, onde foi campeão de 2024, o Gramadense disputa com Aimoré, Novo Hamburgo, Bagé e Inter-SM, entre outras equipes tradicionais. Deixou para trás na fase classificatória equipes como o Glória, Santa Cruz e Esportivo. Depois de tantos anos, o torcedor voltou para o estádio para apoiar o Trem da Serra - aliás, não se tem notícia de onde veio o apelido. E resgatou um pouco daquela alma gramadense que sempre foi o orgulho de uma comunidade, que soube criar a Festa das Hortênsias, Festival de Cinema e Natal Luz, eventos que colocaram Gramado no alto da prateleira do turismo brasileiro. Obrigado por nos ter devolvido parte de uma alma que estava esquecida, Centro Esportivo Gramadense!