Por Miron Neto
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22 mai., 2024
Quando publiquei, no início do mês, a informação de que seriam necessários R$ 22 milhões para as obras de contenção em três pontos da Perimetral, no bairro Três Pinheiros, alguns comentários nas redes sociais foram de espanto. Achavam que era um valor absurdo. A régua aumentou. Para fazer uma contenção na rua Emílio Leobet, no Caminho da Santinha, o valor deverá ser bem maior. O dobro ou talvez o triplo, de acordo com uma fonte da coluna. E a obra vai acabar sendo necessária, pois há um sério risco de uma queda com maior volume de massa. E tem mais: uma das adutoras de água que abastecem parte de Gramado passa por ali. Se houver uma queda expressiva, vários bairros poderão ficar desabastecidos. Em recente reunião do secretariado municipal, em determinado momento surgiu uma indagação sobre o valor das obras de recuperação de pontos atingidos pelas chuvas de maio. Alguém chutou R$ 200 milhões. "Só para começar", respondeu um dos presentes, com conhecimento no tema. O custo de reconstrução de alguns pontos de Gramado custará centenas de milhões. Boa parte deste gasto astronômico poderia ter sido evitado se houvesse nos últimos anos maior investimento em drenagem, como eu já comentei em uma postagem de dezembro, logo após a tragédia das chuvas de novembro. Seis meses, depois, nada foi feito em termos de drenagem no município, e a conta salgada chegou. Vale lembrar que saneamento é mais do que abastecimento de água, rede de esgotos e destinação de lixo. O quarto eixo é a drenagem, que só agora, depois da tragédia de maio, vai ganhar algum destaque na pauta de nossas autoridades.